Sou as palavras que sou
São de mim o que restará, além das memórias dos meus gestos a se dissiparem rápida ou lentamente em direção ao sempre.
Cresci entre montes de livros. Aos treze anos ganhei um diário encadernado em azula, com a palavra “Pensamentos”. Ali copiei poemas e me dediquei a grafar os sentimentos que me afligiam. Nunca mais parei.
Sonhei estudar literatura tornando-me poeta, mas a sobrevivência arremessou-me à deriva, a mares mais que distantes. Trabalhei uma vida entre as mais variadas funções. Hoje me dedico especialmente as artes plásticas e auxílio voluntariamente na orientação artística e artesanais, não formal, para centros carentes.
Sou perseverante. Cruzei desertos e mares pintando e escrevendo, apesar da auréola de silêncio.
Militão dos Santos
Recife, 20021
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